domingo, 11 de setembro de 2011

Superação

Uma aluna chamada Patricia Pietro me inspirou a escrever sobre esse tema, apesar de fazer mais de um ano que ela não frequenta as minhas aulas nunca vou deixar de considera-la minha aluna e minha amiga. Ela não tem nenhuma deficiência física, entretanto ela me inspirou a escrever sobre esse tema porque nesse último final de semana no dia 10/09/11 ela participou de uma corrida em Ubatuba sem estar em condições físicas adequadas e estando doente. Como professor de Educação Física obviamente a orientei para que não participasse dessa corrida alegando motivos técnicos. Só ela sabe porque resolveu ignorar os avisos se superar, enfrentar a prova e completa-la. Isso me fez refletir sobre os fatores que motivam as pessoas a se superarem na vida. O que faz um cadeirante encontrar força mental para praticar um esporte? O que motiva um amputado a correr, nadar ou pedalar com sua protese? O que motiva um atleta olimpico a competir mesmo lesionado? O que motiva um lutador ferido a continuar o combate até o último minuto do round?

Não me lembro em qual edição do reality show Ultimate Fighter ouvi a seguinte frase de um treinador: ''Eu posso treinar um lutador para ser mais rápido, mais forte, mais flexivel e mais técnico, porém, eu não posso ensiná-lo a ter raça''. Obviamente raça não é tudo mas é um componente extremamente importante para o sucesso de um atleta. Talento, raça, técnica, condicionamento físico, estratégia e sorte que para mim é a soma de competência + oportunidade é o que separa os atletas campeões dos demais. Vamos comparar o desempenho dos atletas do Brasil, Estados Unidos e China nos jogos olimpicos. Quem ganha mais medalhas? Porque o Brasil ganha poucas medalhas nos jogos olimpicos e essas poucas são tão sofridas? Porque os Estados Unidos e a China são tão superiores ao Brasil esportivamente falando? Raça não falta para nossos atletas e acredito que todo atleta olimpico tem esse componente em abundância, o problema esta na estrutura. Treinar com os melhores, competir com os melhores faz com que o atleta evolua e isso somado com a raça vai fazer a diferença no final.

Em artes marciais alguns mestres orientais dizem que o maior adversário de um guerreiro é ele mesmo, vemos perfeitamente a veracidade dessa afirmação em alguns esportes individuais como corrida, natação, ciclismo, triathlon, atletismo etc. O atleta precisa superar suas lesões e seus limites primeiro para depois pensar nos seus adversários. Por incrivel que pareça para atletas de academia a realidade é a mesma. O professor de musculação te passa uma série mas ''se você'' não tiver a raça e a disciplina para treinar os resultados não virão. Tudo bem que a preparação física não é 100% responsável pelos resultados estéticos mas se o aluno ou atleta não fizer a parte dele os resultados não virão. Em ginástica coletiva isso também acontece. O que leva o aluno a lutar até o final para vencer aquela última repetição da série de triceps do Body Pump? O que leva o aluno a fazer aquela última repetição de afundo na aula de Extreme 55? O que faz aluno a não se entregar no último Sprint da aula de Jump Fit? Resposta? Raça!!! Nós professores de eduação física não podemos ensinar ninguém a ter raça, porém, podemos tentar motivar os alunos para que busquem lá no fundo as últimas reservas de energia para completar suas tarefas.


Talvez algumas pessoas que leiam esse post pensem: ''Porque?'', ''Para que?'', Porque pessoas como a Patricia Pietro correm lesionadas e doentes? Para que se matar para adquirir uma medalha? Porque o professor Cezar subiu no palco para dançar lesionado no espetáculo de fim de ano em 2010? Porque os cadeirantes jogam basquete? Sinceramente as pessoas que questionam nossos motivos não compreendem o significado da palavra ''raça'' e com certeza nunca vão entender o significado da palavra ''superação''. Da minha parte pode parecer estranho mas eu confesso que sinto prazer em vencer desafios, em superar a dor, as limitações. Cada um no seu quadrado. Fica a dica: Você quer resultados? Se supere!

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