domingo, 5 de junho de 2011

Evolução da ginástica de academia

Sempre que eu dou algum exercício bem antigo costumo brincar que ''esse é do tempo da Jane Fonda'', então começo com uma foto dela para as pessoas que não conheceram terem uma idéia de como ela ''vendia bem a aula'', a maioria das mulheres queria ter esse corpinho na época. Abaixo vemos uma foto do começo de uma aula de Aeróbica nos anos 80, reparem nos modelitos.




Vinte anos depois, muita coisa mudou, muitas aulas foram criadas, porém, a ginástica teve um período de decadência nos anos 90 onde os alunos começaram a abandonar as salas de aula e a superlotar as salas de Musculação, as esteiras e as bicicletas ergométricas. Isso aconteceu porque os professores evoluiram e as coreografias inicialmente simples começaram a se tornar cada vez mais complexas. Os alunos ''descordenados'' substituiram as aulas de Aeróbica, Step e de Ginástica Localizada pelas esteiras, bicicletas e musculação, mas a ginástica não se rendeu, as aulas pré-coreografadas surgiram e as salas de ginástica voltaram a encher, isso porque a simplicidade voltou, porém, sem a perda da diversão e da intensidade.



Nessa nova década foram criados alguns mecanismos eletrônicos para forçar as pessoas se exercitarem mesmo fora das academias como os vídeo games interativos, máquinas de dança, personal trainers virtuais e outras bugigangas mas na minha opinião nada substituirá a ginástica coletiva, o que eu vejo hoje em dia é um princípio de uma nova decadência da ginástica, a tendência atual é ver as pessoas se interessando por atividades outdoor como caminhada, corrida na rua, ciclismo, esportes radicais etc, ou seja, parodiando o filme Tropa de Elite 2 ''o inimigo agora é outro'' mas o motivo do atual princípio de decadência é diferente do primeiro. Na primeira vez os alunos abandonaram a ginástica por ela estar se tornando complexa e a musculação ofereceu uma opção mais simples e eficaz. Hoje a ginástica se mantém mais simples mas a intensidade alta das aulas as torna seletivas, talvez a vergonha de não aguentar fazer uma aula sem parar fez com que as pessoas procurassem uma outra alternativa, por outro lado, uma aula sem desafios coreográficos pode fazer com que praticantes mais veteranos enjoem, enfim, o momento é delicado porque nessas atividades outdoor as pessoas se ajudam e se motivam constantemente de uma forma que não é possivel ocorrer nas aulas de ginástica.




O contra ataque já esta sendo executado, as aulas pré-coreografadas estão sendo substituidas pelas aulas pró-coreografadas, o treinamento funcional esta agradando, novas aulas como o fantástico Kangoo Jump estão trazendo a combinação de diversão com intensidade auto programável, ou seja cada um faz com a intensidade que conseguir. A luta agora é a seguinte, enquanto alguns profissionais lutam para tirar o aluno da academia e levar para rua outros lutam para enfiá-lo dentro da sala de ginástica. Eu já tive vários momentos nesses meus 15 anos de carreira onde eu avisei que uma coisa iria acontecer as pessoas não me deram ouvidos e o que eu havia previsto aconteceu e nessas ocasiões eu era a única pessoa preparada para enfrentar o problema. Aquele gostinho de poder dizer ''eu avisei'' já aconteceu algumas vezes comigo. A ginástica deixou de concorrer com a musculação que hoje muitas vezes é um complemento da mesma e agora esta concorrendo com as atividades outdoor. Ao conversar com algumas alunas e ex-alunas que são fanáticas por ginástica e aderiram a prática dos exercícios outdoor, elas me garantiram que jamais vão substituir a ginástica pelos exercícios outdoor, eu boto fé no meu taco e garanto que quem faz ginástica comigo não vai parar de fazer para correr na rua, porém, não boto a mão no fogo pelos outros.





Fica a dica para os professores: Se você não quer perder seus alunos continue evoluindo e se dedicando nas aulas de ginástica porque as modalidades outdoor estão com força total e força precisa ser combatida com força. Se enjoarem das suas aulas você perdeu.











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