sábado, 8 de outubro de 2011

Esporte é saúde?

Assunto polêmico esse. Na minha opinião a resposta é ''depende''. Podemos conceituar esporte grosseiramente como uma atividade ''competitiva'' regulamentada por um conjunto de regras. Partindo dessa idéia até ''amarelinha'' vira esporte, porém, esportes sérios possuem federações regionais, nacionais e até mundiais. Ainda refletindo sobre esse conceito algumas modalidades de academia são esporte e outras não. Quando você pratica uma atividade com o intuito de se preparar para uma competição e esta tiver uma federação por trás ou uma premiação podemos dizer que você esta praticando um esporte. Dando nome aos bois podemos dizer que Musculação pode ou não ser um esporte dependendo da forma que ela é praticada. Existe uma Federação Brasileira de Musculação que regulamenta campeonatos de Supino, Levantamento Terra, Halterofilismo, Fisiculturismo e Fitness e a preparação física para esses esportes acontece dentro das salas de Musculação. Obviamente não podemos comparar os treinos de musculação de alunos comuns de academia com os treinos de atletas profissionais por mais pesado que esses alunos treinem. Partindo desse novo ponto não dá para comparar o surfista e o peladeiro de fim de semana com o surfista profissional e com o jogador profissional de futebol. A corrida é um esporte interessante onde atletas profissionais podem se misturam com amadores dependendo do evento. Em competições maiores atletas de ponta largam no pelotão de elite enquanto o povão fica bem atrás.
O esporte pode ser saudável se o classificarmos da forma correta. Ele pode ser recreativo, amador, semi-profissional e profissional. Recreativo quando não existe uma premiação ou uma grande organização envolvida, exemplo: Uma partida de futebol society. Amador quando existe uma competição organizada e com uma premiação modesta mas é um evento que geralmente não tem uma continuidade ou seja ele se encerra dentro dele mesmo. Exemplo. Um campeonato de Supino dentro de uma academia de ginástica com os próprios alunos competindo entre si. Semi-profissional eu coloco os jogos regionais onde existem delegações que representam as cidades e alguns atletas ''são pagos'' para competir, a grande maioria não é paga mais alguns são. E finalmente o esporte profissional onde dependendo do esporte existem os famosos salários milionarios, cobertura massiça da mídia etc. Na minha opinião quanto mais alto o nível técnico da competição menos saudável ela se torna para os atletas. Tudo bem que os atletas são ''superpreparados'' mas o risco de um atleta desse nível se lesionar é bem maior do que do atleta amador devido a intensidade dos treinamentos e dá própria competição. Exemplos: Ronaldo o Fenômeno declarou no seu fim de carreira que estava jogando no sacrificio suportando dia após dias dores terriveis devido a série de contusões que teve durante toda sua carreira. Isso é saudavel? Um atleta amador ou semi-profissional poderia dar um tempo caso se machucasse pois o emprego principal dele não é o esporte mas um atleta profissional precisa fazer fisioterapia, voltar aos treinos e voltar para a competição sentindo ou não dor. Hoje em dia a maioria dos atletas profissionais tem consciência que quando se aposentarem podem ter sequelas físicas irreversiveis dos treinos e das competições super intensas.
Eu sou a favor da grande frase da MPB brasileira ''cada um no seu quadrado''. Quem quer praticar esporte com o intuito de recreação divirta-se mas não exagere, quem for amador procure a orientação de um profissional de educação física e faça uma preparação física específica para poder praticar seu esporte com mais segurança, semi-profissionais e profissionais não preciso nem dizer porque já existe uma equipe de profissionais por trás deles. Classifico a maioria dos corredores de rua como atletas amadores e recomendo que todos tenham uma preparação física ao invés de só correrem, a musculação é essencial para preservar as articulações e o alongamento excelente para recuperação muscular pós treino. Corro o risco de ser apedrejado em praça pública mas sou contra alunos comuns terem menos de 10% de gordura corporal, menos que isso é percentual de gordura de atletas semi-profissionais e profissionais. Tudo isso para que? Para mostrar o tanquinho na praia? Para ganhar mais ficantes na balada? Eu acho que se a pessoa não é atleta de nível semi-profissional para cima não vejo a necessidade de encher o rabo de suplementos e treinar 3 horas por dia. Na minha opinião é um desperdício de energia por um motivo fútil. Nesse caso a atividade física além de não ser um esporte também deixa de ser um hábito saudável.

domingo, 18 de setembro de 2011

Budô Fit New Style

Tá chegando o dia de mais um lançamento de aula. Como eu já havia dito em postagens anteriores estou reciclando e personalizando todo o meu trabalho. A aula de Funcional Class foi a primeira e o upgrade foi significativo, a aula de Jump era para ser a segunda mas vai demorar um pouco mais, como esta chegando o meu aniversário resolvi relançar o Budô Fit. Os curiosos estão ansiosos querendo descobrir quais são as diferenças entre o Budô Fit Classic e o New Style. O que posso adiantar é que não houve um enorme upgrade, porém, ouve um ajuste na metodologia de treinamento o que aproxima a aula de uma sessão de treino de atletas profissionais de MMA, tomadas as devidas proporções é lógico. Visualizem a evolução das artes marciais tradicionais, hoje em dia, praticamente todas elas são um esporte, existem mais materiais de treinamento, mais praticantes de idades variadas, mais marketing etc. Eu sou do tempo que Judô era atividade física de menino e Balê de menina, nos dias de hoje não existe mais isso tem uma mulherada fazendo luta e vários homens fazendo dança.
As artes marciais a um certo tempo são um comércio e diga-se de passagem um belo comércio. O consumidor gasta com uniformes, protetores, campeonatos, exames de faixa e uma série de outras coisas e o meu questionamento se faz em cima de um fator: ''Como fica a filosofia das artes marciais?'', a alguns anos atrás eu dava aula de defesa pessoal para mulheres, hoje em dia eu precisaria reciclar toda a estrutura dessa aula porque o acesso as artes marciais é muito fácil, segredos milenares e técnicas de luta estão ai no youtube para qualquer leigo aprender e usar em uma briga, para poder se defender fisicamente com 50% de segurança nos dias atuais é preciso ser um lutador ou lutadora de MMA os outros 50% são estratégicos.

Retornando ao assunto upgrade, as primeiras aulas de Budô Fit tinham um foco sobre a filosofia das artes marciais mais especificamente sobre a filosofia dos samurais e a minha maior dificuldade era trazer os alunos para dentro do foco da aula. A aula possuia um sistema de graduação semelhante a exames de faixa, possuia competições chamadas de Budô Games e eu conseguia a participação de quase todos os alunos nesses eventos que tinham como objetivo principal gerar nos alunos sentimentos como superação, automotivação, aumento da auto-estima e outros valores como respeito ao adversário etc. Eu consegui formar duas boas turmas com um bom número de adeptos na academia Fitness Point que foi onde o Budô Fit nasceu, porém, hoje eu entendo que isso só aconteceu porque as poucas alunas que eu consegui ''encantar'' com essa aula motivaram amigas a entrarem nas turmas e o crescimento se deu por um efeito que eu chamo de ''corrente do bem''. Muitas pessoas experimentaram mas abandonaram as aulas antes mesmo que eu conseguisse a oportunidade de tentar traze-las para o foco da aula. Eu demorei para entender que as pessoas procuram determinadas modalidades previamente com um foco na cabeça e o que eu estava tentando fazer era vender um produto que elas não queriam comprar e ainda assim eu queria fazer elas esquecerem o foco delas e aderir ao meu. Por incrivel que pareça eu consegui fazer isso mas foi com poucas pessoas e essas pessoas conseguiram vender a minha idéia por mim para suas amigas.

Passei anos me lamentando, ''porque essa aula não dá certo em outras academias?'', eu tentei implanta-la na Bioforma, na Athletic Center, na Energy Sport, na Aquacbrasil, na Deborah Barreto e não rolou. Eu comecei a ver minhas melhores alunas de Budô Fit migrando para outras modalidades de ginástica e algumas tentando a sorte em aulas de Boxe e Muay Thai, algumas delas não praticam mais nenhuma atividade física porque não conseguem se adaptar. As artes marciais invadiram a minha área, porém, elas estão agindo com a atitude errada da mesma forma que eu fiz com o Budô Fit. Eu tentava vender um produto que as alunas não queriam comprar e depois tentava convence-las a gostar da coisa, as artes marciais fazem diferente elas vendem o que as alunas querem comprar e depois tentam faze-las gostar da coisa. Porque as duas atitudes são erradas? No meu caso o aluno chegava com uma expectativa e eu dava aparentemente o que ele queria comprar mas após a aula eu tentava vender o que ele não estava afim. As artes marciais estão indo por um outro caminho elas estão vendendo o que os alunos querem comprar, porém, elas não avisam que outras coisas que as pessoas não estavam afim de comprar estavam inclusas no pacote. Indo direto ao ponto o aumento do público feminino nas aulas de Boxe, Muay Thai e Jiujitsu se deve ao fato do ''corpo bonito'' que os lutadores possuem, ou seja, o marketing ataca a vaidade feminina, se os homens ficam com corpão as mulheres obviamente acham que também vão ficar. Depois cai a ficha delas que para ganhar esse corpão elas vão ter que tomar soco na cara, chute no estômago, serem estranguladas etc. Se elas acabarem gostando dessa agressão ao corpo vão continuar na luta mas a minha experiência diz que a maioria delas desiste quando começa a apanhar.
O foco da aula de Budô Fit mudou por causa disso. Se a maioria das pessoas prefere o corpão a filosofia vamos focar no corpão então. Isso não significa que eu vá desistir de tentar vender a filosofia mas depois de alguns anos a gente acaba entendendo que nesse negócio a credibilidade e o respeito vem depois da palavra resultado. Posso provar isso de várias formas por exemplo a Personal Trainer Solange Frazão é muito respeitada pelas pessoas comuns e pela mídia, porém, perante os profissionais de educação física ela é uma professora comum. Ela nunca ministrou uma palestra ou um workshop nos maiores eventos de Fitness do Brasil, porém, ela é mais conhecida nacionalmente que o grande mestre de educação física Mauro Guiselini que foi o cara que trouxe a ginástica aeróbica para o Brasil. Outro exemplo se eu colocar um campeão de fisiculturismo para dar aula de musculação na minha academia que não é formado em educação física e colocar um professor de educação física comum com um corpo mais ou menos mas com pós-graduação e Mestrado em Musculação tenham certeza que a maioria dos alunos homens vai preferir treinar com o fisiculturista. A minha batalha agora é outra estou vendendo o que os alunos querem comprar ''treino forte'' partindo desse ponto vou aos poucos tentar vender o que eles não esperam comprar que é a filosofia das artes marciais.

domingo, 11 de setembro de 2011

Superação

Uma aluna chamada Patricia Pietro me inspirou a escrever sobre esse tema, apesar de fazer mais de um ano que ela não frequenta as minhas aulas nunca vou deixar de considera-la minha aluna e minha amiga. Ela não tem nenhuma deficiência física, entretanto ela me inspirou a escrever sobre esse tema porque nesse último final de semana no dia 10/09/11 ela participou de uma corrida em Ubatuba sem estar em condições físicas adequadas e estando doente. Como professor de Educação Física obviamente a orientei para que não participasse dessa corrida alegando motivos técnicos. Só ela sabe porque resolveu ignorar os avisos se superar, enfrentar a prova e completa-la. Isso me fez refletir sobre os fatores que motivam as pessoas a se superarem na vida. O que faz um cadeirante encontrar força mental para praticar um esporte? O que motiva um amputado a correr, nadar ou pedalar com sua protese? O que motiva um atleta olimpico a competir mesmo lesionado? O que motiva um lutador ferido a continuar o combate até o último minuto do round?

Não me lembro em qual edição do reality show Ultimate Fighter ouvi a seguinte frase de um treinador: ''Eu posso treinar um lutador para ser mais rápido, mais forte, mais flexivel e mais técnico, porém, eu não posso ensiná-lo a ter raça''. Obviamente raça não é tudo mas é um componente extremamente importante para o sucesso de um atleta. Talento, raça, técnica, condicionamento físico, estratégia e sorte que para mim é a soma de competência + oportunidade é o que separa os atletas campeões dos demais. Vamos comparar o desempenho dos atletas do Brasil, Estados Unidos e China nos jogos olimpicos. Quem ganha mais medalhas? Porque o Brasil ganha poucas medalhas nos jogos olimpicos e essas poucas são tão sofridas? Porque os Estados Unidos e a China são tão superiores ao Brasil esportivamente falando? Raça não falta para nossos atletas e acredito que todo atleta olimpico tem esse componente em abundância, o problema esta na estrutura. Treinar com os melhores, competir com os melhores faz com que o atleta evolua e isso somado com a raça vai fazer a diferença no final.

Em artes marciais alguns mestres orientais dizem que o maior adversário de um guerreiro é ele mesmo, vemos perfeitamente a veracidade dessa afirmação em alguns esportes individuais como corrida, natação, ciclismo, triathlon, atletismo etc. O atleta precisa superar suas lesões e seus limites primeiro para depois pensar nos seus adversários. Por incrivel que pareça para atletas de academia a realidade é a mesma. O professor de musculação te passa uma série mas ''se você'' não tiver a raça e a disciplina para treinar os resultados não virão. Tudo bem que a preparação física não é 100% responsável pelos resultados estéticos mas se o aluno ou atleta não fizer a parte dele os resultados não virão. Em ginástica coletiva isso também acontece. O que leva o aluno a lutar até o final para vencer aquela última repetição da série de triceps do Body Pump? O que leva o aluno a fazer aquela última repetição de afundo na aula de Extreme 55? O que faz aluno a não se entregar no último Sprint da aula de Jump Fit? Resposta? Raça!!! Nós professores de eduação física não podemos ensinar ninguém a ter raça, porém, podemos tentar motivar os alunos para que busquem lá no fundo as últimas reservas de energia para completar suas tarefas.


Talvez algumas pessoas que leiam esse post pensem: ''Porque?'', ''Para que?'', Porque pessoas como a Patricia Pietro correm lesionadas e doentes? Para que se matar para adquirir uma medalha? Porque o professor Cezar subiu no palco para dançar lesionado no espetáculo de fim de ano em 2010? Porque os cadeirantes jogam basquete? Sinceramente as pessoas que questionam nossos motivos não compreendem o significado da palavra ''raça'' e com certeza nunca vão entender o significado da palavra ''superação''. Da minha parte pode parecer estranho mas eu confesso que sinto prazer em vencer desafios, em superar a dor, as limitações. Cada um no seu quadrado. Fica a dica: Você quer resultados? Se supere!

sábado, 20 de agosto de 2011

Funcional Class

Após uma habitual pesquisa no Google descobri que várias academias espalhadas pelo Brasil já possuem a aula de Ginástica Funcional, fuçando um pouco mais deu para ver fotos dessas aulas e no youtube já deu pra ver até alguns pequenos vídeos, enfim, acho interessante ver como no mundo do Fitness a história se repete. O que anda acontecendo com a Ginástica Funcional já aconteceu praticamente com todas as aulas de Ginástica que existem e que já existiram em um breve resumo notamos o seguinte nos anos 80 o que era bom era o exercício Aeróbio, nos anos 90 o exercício Localizado, no primeiro decanato de 2000 os exercícios que envolvem Body e Mind e agora os exercícios Funcionais. Alguém já notou que todos os anos na mesma época, ou seja, no verão surgem novas aulas de Ginástica? Se fossemos colocar todos os tipos de aulas de ginástica que existem no quadro de horários de uma academia de 2 a 3 vezes por semana essa academia precisaria funcionar por mais de 58 horas seguidas para comportar todas essas aulas e nesse planeta o dia só tem 24 horas. Para cada novidade que surge uma modalidade de ginástica é praticamente descartada.
Existe no mercado diversos tipos de cursos voltados para o treinamento funcional e diversas aulas de ginástica que se utilizam de principios do treinamento funcional e equipamentos diferenciados nas suas estruturas. O futuro é Funcional? As coisas estão um pouco confusas, existem caminhos diferentes, propostas diferentes e cada profissional de educação física precisa escolher um lado, um caminho, uma proposta e diretrizes especificas de trabalho. Como escolher? É preciso primeiro conhecer, estudar e analizar antes de definir os métodos mais adequados para usar no seu trabalho de Personal Trainer ou de professor de Musculação e de Ginástica. Contrariando alguns mestres da ginástica eu resolvi criar um programa de treinamento funcional para ser usado na sala de ginástica chamado Funcional Class. Foi dificil estruturar, organizar e selecionar os exercícios usados no primeiro mix. O lançamento será no dia 1 de Setembro de 2011 no dia do Profissional de Educação Física.
Porque esse programa é diferente de todas as aulas de Ginástica Funcional que existem no mercado? Seguindo uma filosofia de trabalho vista em uma palestra sobre Treinamento Funcional eu acredito que o Treinamento Funcional é uma evolução de um tipo de treinamento usado a muitos anos na preparação física desportiva chamado ''Treinamento Específico''. Muitos treinadores de sucesso também acreditam nesse conceito e aplicam o mesmo nos seus atletas e clientes. Porque não fazer o mesmo na ginástica de academia? Quais são os movimentos especificos usados na ginástica de academia? São diversas modalidades entretanto existem alguns movimentos que são comuns em todas as aulas. Existem fundamentos técnicos comuns em todas as aulas, existem algumas habilidades e capacidades físicas comuns em todas as aulas. O que o Funcional Class vai fazer é aprimorar esses fundamentos, esses movimentos, essas habilidades e essas capacidades. Vai ser um trabalho de resgate aos principios da ginástica de academia, a maioria dos alunos de hoje não tem condições de fazer aulas tradicionais, o Funcional Class tem a pretensão de gerar essas condições. Quanto a evolução das aulas tradicionais isso é outro trabalho.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Artes Marciais X Fitness de Combate

Vamos por partes como diria o Wolverine, comecei a praticar artes marciais com 8 anos de idade. A primeira luta que pratiquei foi Judô, modalidade que pratiquei por 2 anos chegando a faixa amarela. Com 12 pratiquei Karatê Goju Ryu mas foi por apenas 1 ano. Aos 16 pratiquei Tae Kwon Do chegando a faixa azul após 3 anos tive algum contato com o Hapkidô nessa época. Aos 18 pratiquei Kickboxing mas foi por apenas 1 ano. Aos 23 pratiquei Judô novamente e Capoeira na faculdade mas as duas foram praticadas por apenas 1 ano também, tive algum contato com o Jiu Jitsu nessa época. Saindo da faculdade conheci as aulas de Tae Bo, Cardio Kickboxing e Fit Boxe, me tornei professor de Body Combat, criei a minha versão dessa aula o Budô Fit e depois me tornei professor de Kimax.

A primeira vez que ministrei uma aula de Budô Fit foi em uma academia que tinha algumas aulas de artes marciais no cardápio como Tae Kwon Do, Capoeira e Jiu jitsu. As poucas mulheres que faziam essas lutas aderiram a minha aula e algumas chegaram a abandonar as aulas de artes marciais. Nem preciso dizer que os professores de artes marciais me olharam atravessado e alguns não olham na minha cara até hoje. A velocidade da popularização das aulas de Fitness de combate foi muito rápida e a maioria dos professores de artes marciais de todo Brasil começaram a meter o pau nas aulas de Body Combat alegando falta de técnica, falta de respeito com a filosofia da luta e outros motivos.
Como diria aquele dito popular ''se não pode vencê-los, junte-se a eles'', as artes marciais passaram a tentar vender o mesmo produto vendido pelas aulas de fitness de combate o corpo perfeito. Essa mudança de foco além de outros motivos gerou um conflito pois o CREF, Conselho Regional de Educação Física entendeu que os professores de artes marciais precisavam ser professores de Educação Física. Após uma batalha juridica de anos ficou decidido por enquanto que as Confederações de artes marciais são responsáveis pelos professores de artes marciais filiados a elas. Até onde eu sei existem professores de educação física trabalhando nessas confederações orientando os professores de artes marciais filiados em workshops. Fica a seguinte dúvida, quantos professores de artes marciais filiados a essas confederações fazem esses workshops?
Atenção praticantes de artes marciais! Será que o seu professor é filiado a confederação de luta que ele ministra aula? Será que ele participa dos workshops ministrados na confederação? Será que ele aplica esses conhecimentos? Se ele for professor de educação física tudo bem mas se não for tenha cuidado. Naõ gosto de dedurar ninguém mas ouvi recentemente de uma aluna que fez uma aula de Muay Thai em uma certa academia a seguinte frase de um professor ''na minha aula o aluno tem que passar mal mesmo'', ''vomitar é normal em um treino de Muay Thai''. Prefiro não comentar mas não concordo com esse pensamento.
Sobre o Fitness de Combate é importante dizer que também existem professores de educação física que não estão preparados para dar esse tipo de aula. Tem professores que nunca fizeram um treinamento, um workshop e nunca praticaram uma arte marcial e mesmo assim se atrevem a dar esse tipo de aula apenas porque conseguiram um vídeo. É preciso seriedade. Fica dado o recado para os professores de Fitness de Combate, atualização sempre. Para os professores de artes marciais fica outro ''estudem''. Para os alunos que praticam artes marciais ''apenas'' porque querem ficar com um corpo bonito esse objetivo não é a essência da aula, o objetivo de uma arte marcial é formar lutadores mesmo que estes não sejam atletas profissionais ou não participem de competições, nunca se esqueçam disso. Para os praticantes de Fitness de Combate o objetivo é a busca do corpo perfeito através da ''diversão''. As aulas de Body Combat, Budô Fit, Kimax etc não querem formar lutadores e sim guerreiros e guerreiras, se você consegue enfrentar e resistir até o fim a intensidade de um treino forte você irá adquirindo aos poucos mais autoconfiança e perseverança para enfrentar as dificuldades da vida. Recado aos alunos. Se tiverem que escolher entre uma arte marcial ou Fitness de combate façam a escolha pelo motivo certo, se é para ficar com corpo bonito façam Fitness de Combate se é para aprender a lutar façam uma arte marcial

domingo, 24 de julho de 2011

Estética X Funcionalidade

Com a proximidade do verão em breve a busca frenética pelo ''corpo perfeito'' vai se reiniciar, fazem 15 anos que eu vejo isso acontecer. Muitas pessoas que nunca praticaram nenhuma atividade física em academia vão cair de paraquedas nas aulas de ginástica, algumas vão se apaixonar e ficar por anos praticando mas a grande maioria vai desistir antes do natal. É dificil explicar para algumas pessoas principalmente para as mulheres que mais vale um corpo com alto nível de funcionalidade do que com alto nível de estética. O corpo mais comentado nos ultimos meses pelas alunas da academia é o corpo da Deborah Secco, muitas alunas querem ficar com o corpo igual ao da atriz mesmo não tendo o biotipo adequado para isso. Os homens por sua vez querem o ''famigerado'' abdômen tanquinho mas não querem parar de tomar cerveja, ai fica dificil. Eu costumo fazer uma piada com isso: ''Para que serve um tanquinho se o mais importante é o funcionamento da torneira?''

Infelizmente ainda não existe a consciência por boa parte dos alunos de que nem sempre um corpo musculoso é um corpo com nível de funcionalidade adequada. Por exemplo: Eu tenho alunas que tem um corpo bonito mas não tem flexibilidade para pegar na ponta dos pés com as pernas estendidas, tem outras que são extremamente flexiveis mais falta resistência aeróbia para subir um lance de escadas correndo sem botar os pulmões para fora, conheço algumas corredoras que tem um bom par de pernas mas tem braços fraquissimos enfim falta ''harmonia'' na maior parte dos alunos.
Pensando dentro do ponto de vista empresarial é mais fácil vender para os alunos a probabilidade de adquirirem o corpo que eles querem do que de vender a probabilidade do corpo que eles ''precisam''. Fato é que as mulheres nunca se satisfazem por completo. Se elas são magras querem ganhar mais corpo, se tem mais corpo querem ser magras, se o bumbum é grande querem diminuir, se é pequeno querem aumentar, se as coxas são grossas querem afinar se são finas querem engrossar, enfim, para que ficar ''brigando'' com elas? É mais fácil tentar fazer o que elas querem. Cabe aos professores a palavra ''bom senso'' pois existem alunos que podem adquirir o ''vício em malhação'' e possivelmente a obsessão pela estética. Muita gente conhece a palavra ''anorexia'' mais poucos conhecem a palavra ''vigorexia'', é um disturbio psicológico que acontece com obsessivos por malhação. Essas pessoas se olham no espelho e se vêem fracas por mais fortes que estejam. Reflitam sobre isso.

domingo, 17 de julho de 2011

Preparação Física: Teoria X Prática

Motivado pela curiosidade de uma aluna resolvi escrever esse post. A diferença de opiniões entre professores de Educação Física se deve ao fato muitas vezes de diferentes interpretações entre teoria e prática, hoje em dia existem muitos artigos ciêntificos e opiniões diferentes sobre metodologias de preparação física. No meio dessa confusão cabe ao profissional captar todas as informações que puder, analiza-las friamente, testa-las em si mesmo e depois aplicar nos seus alunos. O tempo vai dizer se a metodologia e os exercícios são eficazes.

Particularmente alguns métodos de preparação física não me agradam, isso não significa que não são eficazes mas sim porque não são do meu gosto. Na ginástica todos os exercícios que eu aplico nas aulas são exercícios que eu já testei em mim mesmo, o mesmo vale para a musculação. Já fiz cursos que não curti mas eu precisava aprender o método para decidir se iria usa-lo ou não. Já participei de algumas clínicas de exercícios e as frases mais marcantes que ouvi foram as seguintes: ''Não existe exercício errado, existe exercício feito com a técnica errada'', ''Não existe exercício proibido, existem pessoas que possuem limitações físicas que as proibem de fazer determinados exercícios.''.
Eu lembro do lançamento da primeira aula de Body Pump no Fitness Brasil em 1998, vários professores desceram a lenha em alguns exercícios na metodologia e o tempo provou que a aula é excepcionalmente eficaz. A mesma coisa aconteceu com o Pilates, com o Jump e outras modalidades. Até hoje pessoas falam que a aula de Step machuca os joelhos, que o agachamento completo é lesivo, que a abdominal completa faz mal para coluna etc. Penso que os professores de Educação Física que estão iniciando na profissão devem ficar confusos sem saber que rumo tomar que caminho seguir. Minha sugestão é: Procurem fazer cursos com os melhores, vejam o curriculo do palestrante, absorvam toda teoria possivel e depois testem na prática em vocês mesmos. Alguns professores discordam do que eu vou falar agora mas eu acredito que o professor só é capaz de ensinar na maioria das vezes o que ele mesmo sabe fazer. Existem excessões pois quando o professor atinge uma certa idade alguns movimentos as vezes deixam de ser viáveis como um salto mortal da ginástica olimpica por exemplo.


A combinação adequada da teoria com a prática é o segredo do sucesso da montagem de um bom treinamento, a experiência me ensinou que nem sempre tudo o que a teoria diz que não é adequado não possa ser usado. As vezes uma simples adaptação pode transformar um exercício polêmico como o antigo jairzinho em um exercício seguro e eficaz. E tem gente que ainda diz que ser professor de ginástica é fácil.

sábado, 2 de julho de 2011

Competição

Desde os primórdios da humanidade os seres humanos competem. Isso acontece por vários motivos como sobrevivência, status, ambição, dinheiro e até por entretenimento. O motivo que me levou a escrever esse post foi um fato que aconteceu no domingo passado que me chocou. Eu gosto de quase todos os esportes mas o futebol é um dos meus preferidos, hoje em dia prefiro assistir do que jogar, aliás jogar futebol só se for no vídeo game. Estou acostumado a ver um comportamento agressivo por parte dos homens em se tratando de futebol e desde criança quando meu time perdia para o rival era normal bater boca na escola com os colegas que torciam para os outros times e algumas vezes a coisa esquentava ao ponto de quase chegarmos as vias de fato. Entretanto eu nunca havia visto mulheres terem esse comportamento muito menos meninas, foi chocante ver algumas ex-alunas e alunas baterem boca como homens ignorantes em um buteco por causa de futebol, foi surreal, impressionante e revoltante.

Refleti sobre os possiveis motivos que fazem com que as novas gerações tenham esse comportamento e descobri que tem vários fatores envolvidos, não vale a pena discutir sobre isso pois daria muito pano para manga e não daria resultado algum. A única coisa que dá para se fazer é tentar concientizar as pessoas sobre a importância de saber vencer e saber perder, infelizmente até no esporte profissional os próprios atletas muitas vezes cometem atos chamados de ''antidesportivos'', o que acontece dentro dos gramados, tatames, quadras e pistas acaba se repetindo fora. Quando jogadores de futebol brigam dentro do campo isso incentiva a torcida a brigar também, obviamente existem pessoas com índole ruim e brigariam de qualquer jeito mas eu sou um dos defensores da extinção das torcidas organizadas por causa disso. Eu sei que não são todos os torcedores que tem índole ruim mas por causa de 3 ou 4 centenas levam a fama de bandidos, brigões e vândalos. Hoje em dia o mundo esta mais intolerante, pessoas discutem no trânsito, no trabalho, na escola e até em filas de banco. As pessoas estão mais ansiosas, menos pacientes e mais egoistas, querem se dar bem e que se dane o outro, porém, se o outro se dá bem ele é puxa saco, nerd etc, estou generalizando mas todos nós enfrentamos essa realidade.
Até nas academias rola competição, como se não bastasse a competição contra as outras academias em algumas rola uma competição interna algumas vezes incentivadas pelos próprios donos. Não vou me aprofundar nesse assunto mas eu já bati boca com donos de academias e com colegas professores por digamos divergências de opinião. Eu aprendi a ser competitivo desde criança pois pratiquei diversas artes marciais e alguns esportes coletivos então a competição esta no sangue e vencer e perder é normal, sou grato aos mestres de artes marciais que me ensinaram a ter o comportamento adequado diante de uma vitória e diante de uma derrota mesmo que essa derrota seja ocasionada por um erro de arbitragem. Com o passar dos anos a gente vai aprendendo a ter mais paciência e a não deixar a emoção dominar tanto nossas atitudes.

Minha maior competição no momento atual é comigo mesmo. O peso da idade diminui gradativamente algumas das minhas capacidades físicas embora a experiência faça que eu produza um serviço com qualidade cada vez maior. As aulas estão ficando melhores técnicamente, as coreografias mais legais, a didática funcionando com mais eficácia mas o balanço negativo é que não tenho mais condições físicas para dar mais 5 aulas por dia com o mesmo pique mesmo dosando minha energia e não adianta treinar pois o corpo tem limites que precisam ser respeitados com o passar da idade, infelizmente. Se não dá para dar 5 com pique total pelo menos dá para dar umas 3 com um bom nível de energia, porém, nesse momento da carreira projetos paralelos a ginástica de academia precisam rolar pois afinal os professores de ginástica na grande maioria ganham por hora aula que é o meu caso. As contas estão ai e precisam ser pagas, dando menos aulas ganho menos. A competição agora é mais mental, intelectual a busca por conhecimentos passa a ser mais administrativa, financeira e menos técnica. Apesar disso ainda falta muito para esse guerreiro das salas de ginástica pendurar suas luvas de MMA.

domingo, 19 de junho de 2011

Marketing X Competência

Em São José dos Campos são poucas as academias que trabalham com as poderosas empresas que prestam serviços de ginástica coletiva Body Systems e Radical Fitness, o poder de marketing dessas empresas é enorme e as médias e grandes academias eram muito dependentes desses serviços. Leram direito "eram muito dependentes". As aulas criadas pelos melhores professores de ginástica do mundo são realmente fantásticas, simples, bem coreografadas, eficientes, eficazes divertidas e dominaram o mercado por pouco mais de 10 anos. Hoje em dia alguns professores estão pirateando o material didático da Body Systems e ministrando aulas sem ter passado pelo treinamento teórico e prático fornecido para os professores licenciados, isso não é justo com os professores que pagam para obter os cds e os vídeos das aulas e não pagam barato.
O pior disso tudo é que alguns professores licenciados estão passando esse material didático para terceiros e ganhando dinheiro com isso, sei de alguns professores que até ''ensinam'' essas pessoas a darem aula. Por esse motivo a Body Systems enfraqueceu pelo menos em São José dos Campos onde dá para contar nos dedos o número de academias que é filiada a empresa. A Radical Fitness infelizmente tem menos academias licenciadas em São José dos Campos, porém, não existe a pirataria de material didático pois os professores são mais comprometidos com a empresa, pelo menos por enquanto. Existem duas novas linhas de programas de Ginástica coletiva despontando na cidade uma delas é a linha YFitness e a outra a linha Runner. A YFitness é toda uma linha de programas de Ginástica coletiva desenvolvida por professores da ACM (Associação Cristã de Moços) e a rede de academias Runner criou seus próprios programas de Ginástica adaptados para sua realidade de trabalho.
Um professor que eu admiro muito chamado Edu Costa disse uma frase que me marcou muito e não vou cansar de repeti-la: ''Quem sabe cria, quem não sabe copia''. Os programas YFitness são semelhantes aos programas da Body Systems mas apenas na essência porque os métodos são bem diferentes o mesmo posso dizer dos programas da Runner. Os programas da Radical Fitness são inovadores e por enquanto não tem nada parecido no mercado, eles incentivam os professores a serem mais do que instrutores eles querem formar coreógrafos de alto nível.
Não quero questionar os métodos das empresas pois isso seria cuspir no prato que comi por vários anos, mas preciso colocar um parâmetro de reflexão para os professores de ginástica coletiva e para os alunos que amam fazer aulas de ginástica. Então deixo a seguinte questão no ar: ''Estudar as coreografias dos melhores professores do mundo garante que o professor irá reproduzir essas coreografias com nível técnico satisfatório?''
O poder de marketing dessas empresas garante que as aulas são fantásticas e realmente são pois trabalho com elas a muitos anos e cresci muito técnicamente devido aos treinamentos com essas aulas, mas a questão principal é será que a maioria dos professores licenciados é competente o suficiente para manter a qualidade dessas aulas?
Uma nova geração de programas de Ginástica Coletiva está sendo estruturada e com muito orgulho posso dizer que faço parte da criação e gerenciamento desses programas, novas aulas, novos professores, novas metodologias e não posso adiantar mais informações, porém, espero que o mundo não acabe em 2012 porque muitas emoções me aguardam e a todos que são meus alunos.

sábado, 11 de junho de 2011

É a hora da Evolução





Não sei se a proximidade de um possivel fim do mundo em 2012 esta influênciando minha mente mas tenho uma previsão não muito boa para o futuro dos professores e praticantes de ginástica. Assisti os 4 filmes da série ''Premonição'' onde adolescentes escapam de uma morte violenta devido a premonição de um deles, porém, pouco depois todos começam a morrer um por um com mortes mais violentas ainda, a única escapatória é entender ''a lógica da morte'' e tentar engana-la, em quase todos os filmes isso deu errado menos no último. Parece estranho mas ao estudar a história da ginástica recentemente encherguei um ciclo de acontecimentos sucessivos que se continuarem acontecendo dessa forma lógica pode levar a uma consequência não muito agradável para os amantes da ginástica.
Tudo começou no exercito. Na década de 40 os militares começaram a espalhar a calistênia pelas escolas criando as primeiras aulas padronizadas de ginástica, nos anos 50 com a enorme vinda de imigrantes de todos os países para o Brasil alguns desses imigrantes começaram a divulgar suas culturas e surgiram os primeiros studios de Balé Clássico, nos anos 60 os dojos de Karatê, Judô e Kung Fu começaram a aparecer, nos anos 70 a Yoga e o Jiu Jitsu eram a bola da vez, nos anos 80 a primeira revolução ocorreu no mundo da Educação Física com o surgimento da Ginástica Aeróbica e da Musculação chamada nessa década de halterofilismo e das primeiras academias chamadas de corporativas onde os alunos poderiam encontrar as mais variadas modalidades. Nos anos 90 as aulas de ginástica tiveram o seu primeiro nível de decadência mas aulas pré-coreografadas salvaram amantes da ginástica. Ano 2000 o segundo nível de decadência começa a aparecer mas as aulas pró-coreografadas e o investimento no treinamento de professores autosuficientes começa a crescer exponencialmente. 2010 estamos voltando ao principio das coisas onde os professores precisam estudar, criar e organizar suas próprias aulas pois nesse momento os alunos estão começando a se tornar autosuficientes.



O número de pessoas que hoje troca a caminhada ou corrida na esteira pela caminhada e corrida na rua aumenta progressivamente, o número de pessoas que troca as bicicletas ergométricas pela montain bike e sai para pedalar na rua aumenta dia a dia. Como vão sobreviver as empresas que constroem esteiras e bicicletas ergométricas cada vez mais sofisticadas? Que academia vai comprar uma esteira de R$ 30.000 reais? É melhor essas empresas começarem a repensar suas estratégias. Desde que eu me conheço por professor de ginástica todo verão surgem pelo menos 3 aulas de ginástica novas que prometem sempre a mesma coisa fazer com que o aluno chegue ao status de corpo perfeito. São tantas aulas que nem que o professor de ginástica queira ele será capaz de trabalhar com todas. Porque isso acontece? Na minha opinião é uma mistura de falta de competência o professor com falta de estrutura da academia e também falta de determinação por parte do aluno, ou seja, todos são culpados. Existem nas academias aquele paradigma de aulas que pegam e aulas que não pegam, eu acredito que todo tipo de aula pega desde que colocada no horário certo focada portanto no público certo.







Algumas academias que eu trabalhei disponibilizam até 3 aulas ao mesmo tempo no mesmo horário, dependendo da forma que essas aulas forem organizadas uma ''ferra o ibope da outra'' o ideal seria que fossem 3 aulas completamente diferentes uma da outra por exemplo Body Pump, Spinning e Alongamento nesse caso 3 públicos com 3 perfis diferentes se a academia tiver um número consideravel de pessoas desses perfis nesse horário compensa arriscar rolar as 3 aulas.




Uma frase de um colega de profissão mexeu muito comigo a duas semanas atrás ele disse o seguinte ''quem sabe cria, quem não sabe copia'', após muita reflexão entendi a indireta colocada nas entrelinhas. Os criadores das aulas de Body Pump, Jump Fit, Step e Pilates teriam um ataque de fúria incontrolável se vissem como alguns professores de ginástica ministram essas respectivas modalidades e como funcionam as aulas ''genéricas'' das mesmas. Nos anos 80 o impirismo reinava nas academias e os verdadeiros professores se destacavam entre os aventureiros e copiadores. O que é pior? Não saber o que esta fazendo ou copiar uma aula sem saber pra que ela serve? O bom senso dos professores que realmente estudavam o que iriam fazer nas suas aulas prolongou o que poderia ser uma ''modinha'' e a transformou em uma filosofia. Do mercado da Aeróbica fomos para o mercado do Fitness e do Fitness estamos indo para o Wellness.





Sobre a premonição digo o seguinte como o aumento do número de studios de Pilates, studios de Personal Trainers, Studios de dança de salão, Studios de danças variadas, academias só de artes marciais, academias só de musculação, academias de natação, Ginástica de graça em centros comunitários, Ginástica de graça nas praças públicas, Ginástica em condominios, Ginástica Laboral, grupos de corrida, grupos de caminhada, grupos de ciclismo e grupos de esportes radicais, com tantas opções que prometem as mesmas coisas quem é que vai continuar fazendo a boa Ginástica de academia?


Que eu saiba sou o único profissional que acredita que uma academia montada somente com aulas de ginástica pode sobreviver no mercado. Na minha opinião a evolução da ginástica de academia tem ser relacionada a paixão. Reflexão para professores: Quantos alunos você tem que te acompanham a mais de 5 anos? Porque eles fazem isso? Reflexão para alunos: A quanto tempo você pratica a mesma modalidade? Já conseguiu atingir os seus objetivos?




É hora de evoluir professores, paixão chama paixão, se você for apaixonado por uma aula específica é muito mais fácil fazer seus alunos se apaixonarem também. Chega de copiar, vamos estudar, testar novas metodologias, evoluir a concorrência esta forte as salas de ginástica estão esvaziando, precisamos fazer os alunos se apaixonarem e atingirem seus objetivos, vamos focar em metas, vamos fazer Couching.




Alunos, interajam com os professores, sejam claros ao dizer o que querem e tenham disciplina para enfrentar todos os obstáculos, não desistam por causa de dores musculares ou por errarem coreografias, ninguém nasceu dançarino, lutador ou atleta esses títulos precisam ser conquistados. Os professores existem para ensinar abusem do conhecimento da gente façam com que a gente sinta prazer em buscar cada vez mais conhecimento e novidades para vocês.




Vamos malhar!!!













domingo, 5 de junho de 2011

Evolução da ginástica de academia

Sempre que eu dou algum exercício bem antigo costumo brincar que ''esse é do tempo da Jane Fonda'', então começo com uma foto dela para as pessoas que não conheceram terem uma idéia de como ela ''vendia bem a aula'', a maioria das mulheres queria ter esse corpinho na época. Abaixo vemos uma foto do começo de uma aula de Aeróbica nos anos 80, reparem nos modelitos.




Vinte anos depois, muita coisa mudou, muitas aulas foram criadas, porém, a ginástica teve um período de decadência nos anos 90 onde os alunos começaram a abandonar as salas de aula e a superlotar as salas de Musculação, as esteiras e as bicicletas ergométricas. Isso aconteceu porque os professores evoluiram e as coreografias inicialmente simples começaram a se tornar cada vez mais complexas. Os alunos ''descordenados'' substituiram as aulas de Aeróbica, Step e de Ginástica Localizada pelas esteiras, bicicletas e musculação, mas a ginástica não se rendeu, as aulas pré-coreografadas surgiram e as salas de ginástica voltaram a encher, isso porque a simplicidade voltou, porém, sem a perda da diversão e da intensidade.



Nessa nova década foram criados alguns mecanismos eletrônicos para forçar as pessoas se exercitarem mesmo fora das academias como os vídeo games interativos, máquinas de dança, personal trainers virtuais e outras bugigangas mas na minha opinião nada substituirá a ginástica coletiva, o que eu vejo hoje em dia é um princípio de uma nova decadência da ginástica, a tendência atual é ver as pessoas se interessando por atividades outdoor como caminhada, corrida na rua, ciclismo, esportes radicais etc, ou seja, parodiando o filme Tropa de Elite 2 ''o inimigo agora é outro'' mas o motivo do atual princípio de decadência é diferente do primeiro. Na primeira vez os alunos abandonaram a ginástica por ela estar se tornando complexa e a musculação ofereceu uma opção mais simples e eficaz. Hoje a ginástica se mantém mais simples mas a intensidade alta das aulas as torna seletivas, talvez a vergonha de não aguentar fazer uma aula sem parar fez com que as pessoas procurassem uma outra alternativa, por outro lado, uma aula sem desafios coreográficos pode fazer com que praticantes mais veteranos enjoem, enfim, o momento é delicado porque nessas atividades outdoor as pessoas se ajudam e se motivam constantemente de uma forma que não é possivel ocorrer nas aulas de ginástica.




O contra ataque já esta sendo executado, as aulas pré-coreografadas estão sendo substituidas pelas aulas pró-coreografadas, o treinamento funcional esta agradando, novas aulas como o fantástico Kangoo Jump estão trazendo a combinação de diversão com intensidade auto programável, ou seja cada um faz com a intensidade que conseguir. A luta agora é a seguinte, enquanto alguns profissionais lutam para tirar o aluno da academia e levar para rua outros lutam para enfiá-lo dentro da sala de ginástica. Eu já tive vários momentos nesses meus 15 anos de carreira onde eu avisei que uma coisa iria acontecer as pessoas não me deram ouvidos e o que eu havia previsto aconteceu e nessas ocasiões eu era a única pessoa preparada para enfrentar o problema. Aquele gostinho de poder dizer ''eu avisei'' já aconteceu algumas vezes comigo. A ginástica deixou de concorrer com a musculação que hoje muitas vezes é um complemento da mesma e agora esta concorrendo com as atividades outdoor. Ao conversar com algumas alunas e ex-alunas que são fanáticas por ginástica e aderiram a prática dos exercícios outdoor, elas me garantiram que jamais vão substituir a ginástica pelos exercícios outdoor, eu boto fé no meu taco e garanto que quem faz ginástica comigo não vai parar de fazer para correr na rua, porém, não boto a mão no fogo pelos outros.





Fica a dica para os professores: Se você não quer perder seus alunos continue evoluindo e se dedicando nas aulas de ginástica porque as modalidades outdoor estão com força total e força precisa ser combatida com força. Se enjoarem das suas aulas você perdeu.











sábado, 28 de maio de 2011

Musculação Terapêutica

Musculação é um termo que se refere á prática dos exercícios resistidos, geralmente realizados com pesos. Os fatores que justificam a atual popularidade dos exercícios com pesos são a eficiência e a segurança. Nenhum tipo de exercício é superior á musculação para os objetivos de fortalecimento dos músculos, tendões e ossos. Com isso, consegue-se o importante efeito de proteção e alívio das articulações, saudáveis ou doentes.




Por outro lado, na musculação os exercícios são facilmente adaptáveis para a presença de doenças ou lesões, permitindo a seleção adequada de cargas e amplitudes dos movimentos, assim como do gráu de esforço. O corpo é sempre mantido nas posições mais confortáveis e seguras e os esforços podem ser mais suaves do que caminhar. Por todas essas razões a musculação é ferramenta clássica tanto da fisioterapia quanto do treinamento esportivo. Cada vez mais se documentam efeitos da musculação no estímulo á saúde geral, incluindo os aspectos cardiovasculares. Importantes efeitos terapêuticos têm sido documentados em relação a doenças de diversas naturezas, como é o caso das artroses, artrites, desgastes dos discos intervertebrais, tendinites, instabilidades articulares, osteoporose, obesidade, hipertensão arterial, diabetes, entre outras.




A musculação está sendo muito preconizada para idosos porque consegue reverter rapidamente e com segurança muitos dos efeitos indesejáveis do envelhecimento sedentário.






Hoje em dia algumas academias estão ministrando programas de musculação específicos para idosos e crianças obesas a partir dos 10 anos de idade. Não existe mais desculpa para não praticar exercícios.


Fonte: Revista Musculação & Fitness, Ano 15, 2011, Número 83, pág 64.